Não é segredo, porque até já o disse nesta plataforma anteriormente, que acho que o mercado está saturado de jogos que tentam captar o que de bom a From Software popularizou. DeathBound cai nessa categoria, mas consegue dar um twist à fórmula, captando assim a curiosidade de um fã do género que está, passo a expressão, farto de atrasar o seu backlog por causa de Souls-Likes.
DeathBound será publicado a 8 de agosto no Steam, Playstation 5 e Xbox Series S|X, mas já tivemos o prazer de jogar algumas horas deste que é o primeiro grande jogo do estúdio brasileiro Trialforge Studio. Primeiro grande, pois o estúdio já conta com alguns pequenos projectos no itch.io.
Na sua essência, DeathBound é um souls-like na terceira pessoa, mas com a particularidade de não jogarmos apenas com um personagem, mas sim com quatro. Começamos com Therone Guillaumen, um personagem clássico de espada e escudo em punho. À medida que avançamos, conseguimos capturando a Essência de guerreiros mortos, de classes distintas, e podemos alternar entre elas a qualquer momento.
Tirando esse aspecto muito específico, DeathBound tem todos os elementos que justificam o rótulo: Souls-Like. É um jogo indie com muito bom aspecto, mas que ainda precisa de ser polido em alguns aspectos. O visual é competente, mas notei que precisa de algumas afinações a nível de optimização e opções gráficas, pois pode ser uma dor de cabeça para quem tenha máquinas mais antigas.
Destaco o estilo visual do jogo, que mistura uma civilização contemporânea com magia e vestimentas medievais. Também gostei muito do estilo visual das cutscenes, que fazem lembrar motion comics, mas confesso que o pacing das mesmas precisa de afinação, pois deixam arrastar as animações mesmo depois dos personagens pararem de falar. Outra coisa que difere de outros jogos do género, mas que já não é o primeiro a fazê-lo, é que a narrativa é muito mais percetível.
A jogabilidade é fluida, dentro do género, e a troca entre Essências ajuda ainda mais nisso, não nos deixando presos a uma única build de personagem. Se estão habituados a este género de jogo, vão sentir-se em casa com os controlos e com quase todas as mecânicas.
DeathBound, no estado atual, é um jogo bastante competente, que mesmo assim já valeria a pena para os fãs do género, mas felizmente a Trialforge Studio tem ainda algum tempo para polir algumas arestas e entregar um produto de muita qualidade.