Os últimos 2 anos têm sido excelentes para os fãs de estratégia por turnos, especialmente para aqueles que apreciam a estética e as mecânicas da era dos anos 2000. Wargroove 2, da Chucklefish, chega como uma sequela sólida para um clássico moderno do género.
Desta vez, regressamos ao continente de Aurania e assumimos o controlo dos Faahri, uma nova facção de criaturas antropomórficas, como coelhos e ratos. Como estes invasores peludos, o objetivo é investigar (ou roubar) artefactos de Cacophony, armas poderosas de uma guerra apocalíptica que assolou o mundo há milhares de anos. A narrativa questiona constantemente a moralidade das nossas ações.
Embora o enredo tenha momentos interessantes, a escrita sofre de um certo excesso de explicações e tentativas de construir um grande conflito entre facções. A introdução é especialmente lenta, com diálogos que se arrastam e muita exposição durante e após as batalhas.
Já a jogabilidade é o ponto alto. Wargroove 2 mantém o formato clássico de combates por turnos, onde cada lado move as suas peças e ataca enquanto o outro espera. Contudo, há melhorias úteis, como a possibilidade de ajustar as animações de combate para comandantes, aliados ou desativá-las completamente. Além disso, os mapas continuam a ser coloridos e variados, com terrenos que afetam as unidades. Um arqueiro numa posição elevada terá vantagem tanto no ataque quanto na defesa, enquanto lutadores corpo a corpo terão dificuldades em terrenos pantanosos.
A nova campanha introduz Nadia e Wulfar, dois comandantes que lideram piratas em missões para saquear ilhas. Esta facção aproveita ao máximo o combate naval, oferecendo novas possibilidades estratégicas. Cada comandante tem ainda habilidades especiais, chamadas Grooves, que agora podem acumular até dois níveis. Contudo, alcançar o segundo nível durante os combates nem sempre é fácil, dependendo do ritmo da batalha.
Um elemento menos inspirado são os segmentos de “exploração” que surgem antes de algumas missões. Nestas secções, o jogador move as personagens pelo mapa para falar com aliados ou encontrar itens. O problema é que a movimentação é limitada pelas mesmas regras dos combates, o que torna estas sequências lentas e frustrantes.
Felizmente, o jogo compensa com outras novidades. O modo Conquest oferece batalhas rápidas com um toque roguelike, ideal para quem prefere uma experiência focada na jogabilidade. A criação de mapas também foi melhorada, permitindo maior personalização e partilha de cenários.
Em suma, Wargroove 2 mantém o espírito do original e melhora em vários aspetos, embora nem sempre vá além das expectativas. Os fãs de estratégia por turnos vão encontrar aqui uma experiência sólida, mas aqueles que procuram uma reinvenção do género podem sair desiludidos. Ainda assim, é um título obrigatório para os entusiastas da série e para quem quer explorar mais do mundo de Aurania.
NOTA FINAL
3.0 out of 5.0 stars