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Análises

Análise – Stellar Blade

Stellar Blade é uma das grandes apostas da Sony para 2024. Num ano atípico para a companhia, onde não existem muitos títulos “flagship” a serem lançados, será que Stellar Blade é suficiente para manter os fãs da PlayStation 5 entretidos?

Stellar Blade é um jogo de ação em terceira pessoa, onde controlamos Eve, uma combatente do 7th Airborne Squad, enviada para um planeta Terra pós-apocalíptico, infestado por Naytiba, estranhas criaturas que levaram a humanidade à quase extinção. “Quase” porque ainda existe Xion, uma cidade onde habitam os últimos sobreviventes do planeta, e que funciona como hub central do jogo.

O jogo é frequentemente comparado a Bayonetta, pois à primeira vista é um hack ‘n slash com uma personagem feminina, mas Stellar Blade é mais do que isso. O combate é, de facto, o ponto forte do jogo, mas ao mesmo tempo pode afastar jogadores mais casuais. Não querendo fazer comparações, mas já fazendo, Stellar Blade é um action RPG com elementos “Soulslike“. Os inimigos renascem quando usamos acampamentos, temos poções ao estilo dos Estus Flasks, podemos ser eliminados por inimigos comuns em poucos golpes, os bosses são épicos e desafiantes, mas a sua complexidade está na quantidade de golpes especiais disponíveis. Normalmente, neste tipo de jogo, temos golpes que podem ser defletidos e podemos desviar de outros, mas em Stellar Blade, além dessas duas formas de sobrevivência, ainda temos golpes em que podemos dar um dash para as costas do adversário, outro em que podemos contra-atacar com a arma de longo alcance, e outro em que podemos defletir de forma a deixar o inimigo atordoado. Não é assim tão simples dominar o combate, e vai ser preciso, pois alguns inimigos utilizam todo o tipo de ataques possíveis.

Como já se tornou comum em Soulslike, os equipamentos não são comprados em lojas, mas encontrados no mapa e melhorados com materiais ao longo do jogo. Sendo essa a forma de progressão no jogo, espera-se que a exploração seja bastante interessante, mas infelizmente é um dos pontos mais fracos do jogo. A exploração acaba por ser uma tarefa aborrecida. Existem muitos mundos pós-apocalípticos interessantes nos videojogos, mas Stellar Blade apresenta um mundo bastante vazio, com bifurcações que nos levam a mais um soldado (igual a todos os outros no jogo) caído com uma última mensagem que, na maior parte dos casos, só explica como morreu. Nunca em quase 30 horas de jogo, fiquei admirado com algo que tivesse encontrado na exploração do mapa. Existem missões secundárias que aceitamos em Xion, que, para além de nos ajudarem a ganhar recursos, servem para conhecermos melhor os habitantes da cidade e como funciona este mundo.

A história principal do jogo faz lembrar o que a equipa de Yoko Taro nos apresentou em Nier Automata, o que não é necessariamente mau. O problema é que demora muito tempo a se desenvolver, e a maioria dos diálogos com as outras personagens às vezes arrastam-se mais do que deviam. O que é uma pena, pois Adam e Lily, os dois personagens que nos acompanham durante quase toda a jornada, são bastante interessantes. Se a Shift Up tivesse desenvolvido mais os personagens como desenvolveu os seus designs, Stellar Blade seria um jogo bem mais memorável.

Esse design é outro dos pontos de destaque do jogo. Polémicas à parte, os designs dos personagens estão incríveis, e não estou falando só de meninas bonitas, mas também de alguns “cyborgs” do jogo, como por exemplo Orcal, que é um dos personagens com quem mais interagimos e, claro, alguns dos Naytiba também estão muito bem feitos. Existe toda uma panóplia de fatos para Eve, e alguns para Adam e Lily, mas outro dos pontos onde acho que o jogo brilha, é na arquitectura futurista.

O jogo tem uma excelente banda sonora, mas por vezes não é usada da melhor maneira. Em momentos mais calmos de jogabilidade, onde somos só nós e meia dúzia de Naytibas em ambientes escuros, quase tirados de um filme de terror, e em que o nosso arsenal fica reduzido à arma de longo alcance, a música é mais otimista e com vozes, o que corta o ambiente.

Stellar Blade é, no geral, um bom jogo dentro do gênero. Apesar de ser difícil de dominar, é um hack ‘n slash sólido, com excelentes bosses, mas que peca bastante na sua exploração. Talvez fosse uma experiência ainda mais sólida se fosse um jogo mais linear. As temáticas abordadas não são novidades dentro do género e já as vimos ser aplicadas de melhor forma em outros títulos. É certamente um jogo que vai agradar aos fãs do género, mas que rapidamente cairá no esquecimento.

NOTA

Visuais: 4.0 out of 5.0 stars

Jogabilidade: 4.5 out of 5.0 stars

Audio: 3.0 out of 5.0 stars

História: 3.0 out of 5.0 stars

Longevidade: 5.0 out of 5.0 stars

NOTA FINAL

4.0 out of 5.0 stars

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