Para meu espanto, descobri que existia um jogo japonês com o nome da minha vila natal, e sim, é sobre os Descobrimentos. Durante toda a minha infância, fui bombardeado com lendas, mitos e factos sobre esta bonita localidade, e agora vou conseguir experienciar isso num RPG japonês bastante cozy (na verdade, poucas das lendas de Sagres estão disponíveis no jogo, mas hey! Não se pode ter tudo).



Sagres segue a história de Fernando, um jovem navegador do século XV que acaba de se formar na escola naval de Sagres, e fica encarregue de encontrar o lendário Sir António. Os jogadores veteranos vão notar logo as semelhanças com Uncharted Waters da NES, pois Sagres é uma clara homenagem a este.
Com o nosso navio e a nossa tripulação, vamos explorar o mundo, mas com a nossa pequena embarcação não vamos longe. 80% do tempo, estaremos a completar missões para não só obter mais dinheiro para actualizar a nossa embarcação e, posteriormente, comprar outras maiores, mas também para descobrir novos locais que nos dão acesso a novas missões e a mais navegadores. Cada navegador tem as suas especializações, tal como Fernando, e, como em Sagres a personagem não tem um nível como geralmente os RPGs têm, o poder da nossa party é a junção das habilidades e línguas que a party conhece. A língua é um dos aspetos mais importantes do jogo, pois se não tivermos intérpretes de uma determinada língua, não conseguimos interpretar manuscritos nem perceber estrangeiros.

Sagres encaixa naquele grupo de jogos estranhos, mas bastante cozy, que nos prende durante horas a fio a realizar as mesmas tarefas enfadonhas vezes sem conta. No entanto, existem imensas micromecânicas no jogo, o que faz com que demore algum tempo até se tornar aborrecido. Existe a preparação das viagens; a mecânica de navegação em que temos que ter atenção ao vento, aos mantimentos da embarcação e ao bem-estar da tripulação; minijogos para completar algumas missões e até mesmo combates, sejam terrestres ou navais. O combate acaba por ser outro minijogo, pois são rondas de pedra, papel e tesoura.
É um jogo para um público muito específico, mas faz tudo bem. É um jogo bastante descontraído, que vai agradar certamente aos amantes deste período histórico, pois é muito divertido e relaxante. Os gráficos são bastante agradáveis e há várias mecânicas para nos manter entretidos. Um jogo perfeito para curtas sessões de jogo. Os maiores defeitos que encontrei no jogo são os menus serem confusos que, durante as primeiras horas, ficava perdido nos menus às voltas, à procura das coisas, e o jogo não estar disponível em Português, um pecado enorme dado o tema e origens do jogo.
NOTA FINAL
3.5 out of 5.0 stars